quarta-feira, 29 de maio de 2013

POEMAS DO BAÚ

O SAPATEIRO

A quem daria eu o sapato roto na ponta?
Cansado de caminho e conhecedor do roteiro
Aliado ao trabalho, o talento sem conta
Encontrei-o na curva. O famoso sapateiro.

"Andei, dancei, esgotei e desgastei
Sapato barato, estrada num fim abstrato
Sonhei, comecei, visitei e amei
No infinito do andar e do amor ingrato"

Movido a palavras e vivido na calçada
O sapato é a ponte entre o pensamento e o destino
 Vida de trabalho e mão calejada
O sapateiro permite o divagar repentino.

"Nas calçadas, nas estradas, nos movimentos rotineiros
Vivi agarrado aos percursos perdidos
De amor ao couro, à vida e com fé nos primeiros
Esperarei curvado perante fidalgos rendidos".


Dá vida ao sapato, dá corpo ao andar
O sapateiro deu-me a conhecer o terreno
Tenho a esperança de um dia regressar
Na intenção de um pôr-do-sol sereno.
 

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