terça-feira, 15 de novembro de 2011

ABESPINHANÇOS”

Coisas que irritam. É sobre isto que te falo hoje, dia 14.11.11. “14.11.11?, o que é que isso tem de especial?” Não sei. A mesma coisa que o dia 11.11.11 às 11 e 11h. Um dia em que todos decidimos dissertar sobre isso. 
Todos nós nos agastamos com situações do nosso dia-a-dia. A começar por esta data, fiquei mais de 15 minutos a cogitar sobre a frase: “Eu sobrevivi ao dia 11.11.11”. Não cheguei a nenhuma conclusão.
Irritam-me as pessoas que falam ao telefone. Irritam-me as pessoas que tiraram o dia para fazer transferências no multibanco. Irritam-me as filas de trânsito. Irritam-me as pessoas que dizem “runião”. Irrita-me o tamanho da susana daquelas Mamas. Irritam-me as pessoas que gostam de passar a correr nas escadas rolantes. Irritam-me as pessoas que tiram senha para tirar dúvidas na Loja do Cidadão. Irritam-me as pessoas que nos abordam com a célebre: “Desculpe, são só dois minutinhos para lhe explicar o novo tarifário”. São as mesmas pessoas que gostam de multiplicar o 2 por 10. Mas não há nada mais tenebroso que o famoso truque “Ronaldo/Messi”. Aquelas situações constrangedoras em que duas pessoas caminham assim: ---> <--- e que mais tarde ou mais cedo se encontram cara a cara. Desviam-se para o mesmo lado. Começam no esquerdo, depois para o lado direito, numa jigajoga incrível que se tivessem uma bola nos pés era digno de aplauso no estádio. É um momento chato porque não sabemos como reagir. Esboçamos sempre um sorriso e acabamos com um “uoooi, peço desculpa”. Irritam-me os empregados que em vez de dizerem educadamente: “pedimos desculpa mas estamos a fechar”, começam a colocar as cadeiras da esplanada umas em cima das outras, a desmontar as mesas enquanto tossem de propósito.
Irritam-me hipopótamos que dançam a lambada e esquilos com auto-tune ao domingo à tarde. Taxistas que já desactivaram o taxímetro, já receberam o dinheiro, já deram o troco e ainda estão a falar do Governo. Bebés que choram ininterruptamente na missa. Sejam baptizados, casamentos ou missas normais de domingo. É de olhar para cima, pedir a Nosso Senhor pelos pobres, pelos oprimidos, pela paz e por uma chucha.
Irrita-me quando a tia não tirou a fotografia à primeira e temos que repetir o momento de soprar as velas. Dúvidas dos progenitores sobre o Facebook… é de bradar aos céus. Irritam-me quando tudo arranjou par para dançar o “Ai se eu te pego” e nós ficámos com o nosso melhor amigo e o “aguarde só um bocadinho aqui do lado esquerdo” vindo de um segurança.
Agora que estou a ver, pareço um urbano-depressivo que só se queixa da vida. Não! Isto foi uma pequena compilação de situações rotineiras. Há tanta coisa que me fascina. Mas isso fica para depois. Adeeeeus.

Gonçalo Câmara.